terça-feira, 15 de novembro de 2011

middle of nowhere

um corpo no chao
as gotas de chuva caem sobre as pocas e ditam o ritmo de uma melodia vazia
folhas coladas no solo
imagens refletidas na água
uma batida oca de uma bateria abandonada
as notas ardidas de uma guitarra desafinada
a voz insolente de um cantor perdido
Olho profundamente para as pocas enquanto as gotas formam pequenas ondas
penso na estranheza do momento
solitário
único
reflexivo
à procura de um sentido para os últimos acontecimentos fixo os olhos
como se de alguma forma pudesse ver o futuro e ter certeza de que tudo dará certo
que meus sonhos sao possíveis
que nao vale a pena desistir deles
a guitarra grita minha angústia
a bateria conta os toques do meu coracao
a voz desafinada mostra que a perfeicao nao é a melhor opcao
porque o bom dessa vida é o inesperado, o sonho que se realiza apesar de parecer tao distante
chorei, meus olhos ardem
raiva
mágoa
tudo vai passar, mas creio que perdi com isso uma grande amizade e uma grande ilusao
e com muito carinho e compreensao, ganhei uma nova amizade
talvez mais simples, mas nao menos intensa e importante
adeus passado, cansei dessas velhas ilusoes
quero novos sonhos, benvindo presente.