domingo, 18 de setembro de 2011

o que nao houve

Uma borboleta para ao por do sol
uma gota aguarda o momento de cair da ponta de uma folha onde se abrigou
o vento faz ecoar um grito ao longe
uma vida nasceu
outra partiu
o homem se paralisa ao nao enxergar uma saída
enquanto alguém se preenche de uma alegria por tao pouco
procura palavras que se encaixem na confusao de seus sentimentos
busca por beleza tentando esconder a tristeza que agora se aflora em seu ser
nao adianta ignorar a nao alegria
assim como a nao tristeza
paralelos que demoram a se encontrar
porque desejos falharam
e fracassou a vontade de sorrir
nao há porque se culpar
porque a espiral perdura
e nada segura
Nao havera chamados
nem pedidos de perdao quando o sol se puser
os segundos apontam diante do infinito
como se inevitavel fosse....
destoa o limite quando a eternidade se mostra
ilesa
retoma o som da vida
como uma delicada cancao
que acalenta coracoes perdidos
e mentes em colapso
crash into me!

no canto dessa sala

Toca o violino na sombra
ignorando a cadeira
e a pauta com as notas de uma velha cancao
Nasce o som
e se constroi a melodia
que em passos vacilantes marca o ritmo
de algo que sonhou
se realizou
ou acreditou
com forca toca as cordas em que se equilibra sua vida
e com paixao deixa que os tons se encontrem no caos
e se harmonizem como estrelas sopradas em um dia de escuridao
O coracao marca um novo tempo a ser seguido, continua a melodia composta pelo músico perdido em devaneios e sentimentos
Ensurdece os mudos
Silencia os surdos
Estaca os ouvintes
que tentam desvendar tamanho talento onde menos se esperaria
Experimenta novas formas de tocar sua alma através do violino
que errante conduz as maos ao limite de sua consciencia
é chama que faz brilhar a fogueira da insanidade
é loucura que inebria até mentes sas
Cada retorno ao silencio uma chance de se reinventar
cada lágrima
cada sorriso
notas de uma longa cancao
cansado encosta seu violino na parede e sentado na sombra
pensa

numa face, a existencia!

Dados foram lancados
As cores sumiram
Fica a vida em preto e branco
a felicidade nua e crua
sem defeitos
sem detalhes inúteis
sem uma decoracao que estrague a sinceridade desse momento
Fica o gosto de novidade na crueza desse sentimento
porque nao preciso florir aquilo que é capaz de tomar vida somente a partir de um sorriso sincero, de um sonho simples
Nao pedirei nada em troca
porque já aprendi que o que importa é o que fiz ou deixei de fazer e nao o que outro fez ou deixou de fazer
A vida é singular ainda que alguns degraus sejam plural
Nos construimos na pluralidade de outras existencias, mas no final a trilha é solitária......por isso nunca se esquecer de onde veio e o que é.....nao se perder na ilusao dos outros.....a felicidade existe em cada um e se fortalece com a dos outros.....e habita tudo
Foi na incongruencia que descobri minha essencia
foi na liberdade que encontrei uma forma de prisao, da qual tento escapar todos os dias.....parece cruel, mas cada dia é como uma libertacao e uma ode à alegria de ser
Uma batida forte do coracao
Um raio em meio ao caos da realidade
o som que nos tira do torpor do cotidiano
que nos tira da miséria da ignorancia
que nos converte em existencia
num eco profundo da dúvida de ser
e nao simplesmente existir
como protagonista de sua vida
brinca o palhaco a sorrir
enquanto em sua alma procura um motivo para continuar
e se levanta cada dia tentando fazer outras pessoas sairem de suas vaidades isoladoras, desoladoras
de sua tristeza incerta
de sua alegria contida
buscando na arte uma forma de existir em sua essencia até que um dia se de conta de que foi mais que um mero telespectador de sua própria vida
e encontra em si o que muitos ainda nao acharam.....
a forca que faz o coracao bater sem parar e permite que os olhos se abram todos os dias
a forca que move as engrenagens da felicidade e permite que um dia, ainda que nao nessa realidade, se alcance a plenitude
Vida
que nao cessa
que pulsa
que descobre
que se faz Vida

em um velho porto

Vias imperfeitas de um caminho sedutor
Fugas mal sucedidas
Longas esperas por faces que nao apareceram
nem coracoes
Janelas vazias pela rua principal de uma pequena cidade
Silencio e brisa
algo de surreal paira no ar
Cancoes de alegria e saudades
de algum tempo que já se foi
de sabores que nao existem mais a nao ser nas lembrancas
um coracao se move com o vento
como se nao soubesse mais por onde seguir
Dias de fúria
Dias de paz
Dias de solidao
a espera de algo que existe somente em sonhos
Um deus desconhecido embasa sua fé
nem por isso menos forte
nem por isso menos irreal
Flores desperdicadas
pétalas vas
emocao em vao
Eco alto de um grito sufocado
A pureza dos insensatos
A fragilidade dos soberbos
O desejo dos perdidos
Uma lei sem nome e autor
que alguém segue por escolha e principios
Uma fonte
águas que correm e levam consigo tudo que nao agrega
tudo que precisava ser perdido
ainda que contra vontade
Escorre da ferida o sangue dos sonhadores
Canta-se a melodia da forca e do desejo inabalavel
Grita a rebeldia própria dos sábios e aprendizes
Recolhem as folhas aqueles que já viveram a torpe ilusao do existir sem desistirem jamais de seus sonhos
porque ainda há o que viver
ainda haverá surpresas
e novas vidas trazidas pelo caos dos desejos
A esperanca de ver que ainda há motivos para acreditar.