domingo, 30 de outubro de 2011

Em outro plano

A sete palmos da terra, tento abrir um caixão trancado, sangro os dedos tentando me livrar da madeira e da terra que me encobre
Choro em silêncio pela libertação
E vejo uma luz que parece me sussurrar que há saída, basta deixar as batidas do coração ecoarem em meu ser e proferirem as palavra que guardo em meu íntimo
Não há prisão para a mente e para os sentimentos
Não há falta de ar para a existência
Não há choro que abra um caminho que não se desejou
Tantas verdades que nunca disseram adeus
Tantos desejos que também não se lutou para conquistar
Um mundo conquistado por navegadores corajosos em busca do desconhecido
Mares tempestuosos que tentam nos derrubar do barco que começamos a construir quando passamos a existir
Frio lancinante de alguém que acabou de se frustar por uma ilusão ou coração partido
A sete palmos da terra não pensarei no que os outros deveriam ter feito por mim, mas no que eu fiz ou deveria ter feito para os outros
Quando cessa a energia dessa vida que concebemos, nada mais há do que nós mesmos
E assim corta os dedos quando se tenta escapar da prisão que construímos para nós mesmos
Quem nos liberta é nossa sabedoria
Quem nos liberta é nosso espírito em paz
Quem nos liberta é nosso brilho nos olhos do corpo e da alma
Que seja rezada a oração
Que sejam choradas as lágrimas sinceras
Que seja vencido o medo
E seja encarada a verdade que agora se mostra
A sete palmos da terra descubro a liberdade.

Todos os sons

Todos os sons
A vida em uníssono quando se converte em sabedoria
Seara de um mundo repleto de alternativas
Placas indicam uma perda, porque envolvem decisões
Sonhos abandonados pairam no ar, à espera de serem recuperados e façam parte de uma nova existência....ou da mesma que o criou
Divergências de um universo que clama por paz e plenitude
Gritos sufocados pedindo ajuda
porque tantas pessoas esqueceram o significado do ser, completo em corpo, mente e alma
Tantas palavras sem importância, proferidas fora de sintonia com o que se deseja sinceramente
para si e para os outros
A ilusão dos loucos, uma verdade paralela, porém não menos existente
Um jardim de ordens desconexas que permitem que o espírito universal siga sua vontade
Um deus sem nome, que não é compreendido e muitas vezes chamado de demônio
O vento que uiva buscando um sentido para seguir, porque não sabe existir sem um propósito
Que a voz do mundo seja um uníssono de plenitude, ainda que diferenças sejam respeitadas
Uma vida que clame por um sentido e um sentimento que supere suas expectativas e conhecimento
Acima de si, um novo mundo além do céu que parece ser limite
A grandeza do existir sem preconceitos, fronteiras ou egoísmo
À procura de um sentido me perdi, vivo no caos e por meio dele enxergo que um caminho está sendo seguido e o objetivo, maior, um dia será encontrado.......enquanto isso, ouço a voz da subconsciência, do espírito, do canto cósmico, seja qual nome prefira dar.