domingo, 12 de fevereiro de 2012

minhas palavras sao azuis

em meio à fúnebre despedida
coroas de flores desnudam uma verdade insolente
o questionamento
dos motivos pelos quais me torno insana diante dos olhos de outrem
porque a liberdade me aprisiona
e me torna distinta
uma coroa de pedras faz reluzir o brilho nos olhos
que faz com que alguns
me estranhem
como se houvesse sanidade na normalidade
andando por entre corredores e pisos frios
busco suas maos quentes
e a compreensao que tao pouco tenho
Nao me abandone
nao me deixe aqui aguardando pelo seu toque
porque sabe que o que me aprisiona me liberta
e o tempo nao e infinito quando se trata de deixar que o vento leve
as amarguras
e desamores
me torno grande
quando cada palavra finda e minha boca fica a procura de um sentido para o que o coracao produz
pequenos prazeres revelam sua importancia em minha vida
e te trazem à minha mente e à saudade infame que trago em minhas entranhas
porque há beleza no instinto
na verdadeira e feroz e audaz vontade da natureza
e nao há palavras que nao tenham sido escritas e ditas pelos grandes autores e ditadores
aqueles que tentam libertar de sua forma o espírito covarde ou precioso que atormenta seus coracoes e mentes
espíritos valentes, nao há como nao admitir
na guerra buscam suas verdades
nas palavras suas justificativas
ou um meio de curar sua aflicoes e dúvidas
notas de um piano desafinado, mas nao menos belo e desvairado
a levar pelo ar uma paz tao rara e tao etérea e de alguma forma eterna
porque ainda que breve deixa marcas indeléveis na mente e na alma
aos desavisados, a memória da mente e do espírito
uma viagem increvelmente sem volta
uma droga que nao entorpece, mas revela
e deixa aos poucos as respostas virem
incógnitas
nao há porque procurar por motivos que expliquem essa plenitude, porque ela simplesmente há e nada mais é preciso
ah, amados professores
nao há o que cure a ignorancia consciente
e nem a guerra funesta que tantas vidas leva como se assim os senhores da vida e da morte alcancassem o auge da existencia
pobres
se perderam quando passaram a existir e enfiar em seus bolsos todo o ódio da falta de sabedoria
envaidecidos acreditam que o poder os torna divinos enquanto a divindade nada mais é que a sabedoria que tao distante deles está
aos desavisados
a sorte
vida e morte
apenas segundos
e uma loucura que sorrateirante invadiu minha mente agora, assim como meu coracao
loucura para aqueles que acham que o conhecimento, apenas, em si, liberta
palavras, nada significam sem que nossa vida as tenha marcado com um sentido
que me importa entao a sanidade se isso que chamam de loucura me liberta e me faz conversar com meu espírito tao plenamente
livre
senhores
livre

sem nome

em seu desamor me encontro
e por meio de suas telas compreendo que nao há
voce existe
mas de forma etérea
é um vulto breve, mas lindo
precisa de um espaco que transcende a física
porque em sua critividade se transforma e renasce
e o fogo nao te consome, mas alimenta
e por meio de suas tintas
cria um novo mundo
um universo para onde vou
mesmo sem convite
onde inexisto
e me torno apenas um breve vulto
capaz de tornar a beleza da vida
um motivo para viver