domingo, 30 de outubro de 2011

Em outro plano

A sete palmos da terra, tento abrir um caixão trancado, sangro os dedos tentando me livrar da madeira e da terra que me encobre
Choro em silêncio pela libertação
E vejo uma luz que parece me sussurrar que há saída, basta deixar as batidas do coração ecoarem em meu ser e proferirem as palavra que guardo em meu íntimo
Não há prisão para a mente e para os sentimentos
Não há falta de ar para a existência
Não há choro que abra um caminho que não se desejou
Tantas verdades que nunca disseram adeus
Tantos desejos que também não se lutou para conquistar
Um mundo conquistado por navegadores corajosos em busca do desconhecido
Mares tempestuosos que tentam nos derrubar do barco que começamos a construir quando passamos a existir
Frio lancinante de alguém que acabou de se frustar por uma ilusão ou coração partido
A sete palmos da terra não pensarei no que os outros deveriam ter feito por mim, mas no que eu fiz ou deveria ter feito para os outros
Quando cessa a energia dessa vida que concebemos, nada mais há do que nós mesmos
E assim corta os dedos quando se tenta escapar da prisão que construímos para nós mesmos
Quem nos liberta é nossa sabedoria
Quem nos liberta é nosso espírito em paz
Quem nos liberta é nosso brilho nos olhos do corpo e da alma
Que seja rezada a oração
Que sejam choradas as lágrimas sinceras
Que seja vencido o medo
E seja encarada a verdade que agora se mostra
A sete palmos da terra descubro a liberdade.

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